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Para iniciar a minha actividade neste BLOG, gostava de deixar uma imagem para discussão dos restantes elementos. Esta imagem mostra-nos Nagasaki antes e depois da bomba atómica. Comentem, acho que também é interessante falarmos da humanidade que se destrói a si-mesma.
10 comentários:
Tiago, vou deixar que a discussão se inicie entre os alunos. Mas quero dizer-te que achei as fotografias impressionantes e a tua escolha muito pertinente.
Deixo-vos, entretanto, para ajudar à discussão, um poema de Vinícius de Moraes, chamado "Rosa de Hiroshima":
Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
E, já agora, aqui podem ouvir o poema maravilhosamente cantado por Ney Matogrosso, dos Secos e Molhados:
www.paixaoeromance.com/70
decada/rosa_iroshima/h_rosa_de_hiro
shima.htm
Uma boa noite a todos
pois...vejo-me obrigado a concordar contigo sobre este assunto...a humanidade continua a ter como sempre teve o triste vício de se destruir a si própria através dos seus actos egoístas...
de facto e imprecionante como os homens gostam de fazer mal a si proprios...
e chocante ver aquelas imagens, de crianças,mulheres, homens... cheios de sangue,inocentemente!!
Ainda um dia gostava que me explicassem o porque destes conflitos todos... Porque e que os inocentes, são sempre os mais prejudicados!!
*****
=)
pois é :|
também concordo! sempre nos destruimos a nos mesmos! e não sabemos dar valor ao que realmente importa
beijinhos*
Tiago
o vazio da imagem inferior perturba
é um tipo de vazio tão físicamente gelado que nunca derreterá
vazio sem nada
cheio de fim
cheio de nada
helena
cada vez mais me convenço de que tudo isto é inevitável. É como se o homem tivesse desejo de se auto-destruir mesmo sem ter essa consciência. Onde está o " wonderful world" ? :s Talvez um dia o descubra :)
Um beijinho
Parecemos perseguidos por uma espécie de loucura pervers, e auto-destrutiva, mas não posso aceitar que seja inevitável. Certo que wonderfull world, todo feitinho, arrumadinho e definitivo, de facto não há, mas há este mundo dia a dia construído por cada um de nós, caleidoscópio de contradições, às vezes estranho e atemorizador, mas fascinante. Ou não achas? :)
Bj
Olá Tiago e bem vindo ao blogue!
Boa selecção de imagens! São exemplos de tonalidades que nos fazem perscrutar o nítido nulo que é a sombra da humanidade.
Com este modo nu e cru de mostrar a realidade, cada vez me convenço de que os homens são maus por natureza. Cada vez me convenço que Rousseau, e a ideia do bom selvagem, não se coadunam com a realidade. "O homem é o lobo do homem" (Hobbes) - recordam-se de termos falado nisto no ano passado?!
Valter, tenho de discordar. Não perfilho o mito do bom selvagem, mas não nos creio natural e irremediavelmente maus. Há vidas que são exemplo de um elevadíssimo sentido ético. O mais apto não é sempre o mais forte. Aceitando tal pressuposto, não poderia ser professora.
Olá Soledade!
Associou duas ideias importantes: 1) o mais apto não é sempre o mais forte; 2) Ser professor.
Estas duas ideias não são inconsistentes porque nao são ambas falsas em simultâneo. Mas repare, a existência do professor e de alguém qualificado científica e eticamente para preparar seres humanos só é possível se se conceber que há um modo ético de viver, ou seja, um modo universalmente tido como correcto de se conviver sem anular a existência dos outros. Ao se conceber este modo ético de viver, impõe-se, logicamente, que o homem não seja naturalmente bom, e que, deixado à sua natureza, torna-se no principal inimigo do homem. A frase de Hobbes é uma crença inicial a partir da qual se pode compreender que a sociabilidade é possível desde que se imponham regras e modelos éticos que fundamentem essas regras. Almejar esses modelos éticos é a prova de que naturalmente insociáveis, mas que podemos ultrapassar essa tendência natural (daí concordar que o mais apto não é o mais forte).
Parece-me que concorda com Aristóteles de que o homem é um animal social. Eu discordo parcialmente, ele é um animal social após o confronto com a sua incapacidade para se socializar. Admitindo que é incapaz de se socializar, encontra-se legitimada qualquer tentativa que o tente socializar: através do ensino, por exemplo, no qual se praticam e testam determinados princípios éticos.
As vidas exemplares de que fala, e houve bastantes, e hoje precisam-se delas ainda mmais, foram quase todas protagonizadas por seres que se confrontaram com a malignidade humana e desse gene para a maldade a auto-destruição. Daí a educação. Se não fossemos maus, a educação seria desnecessária. Os exemplos de uma vida repleta de sentido ético, não mostram que este sentido de orientação seja inato. S. Agostinho, por exemplo, viveu uma vida errática e errante até descobrir em si uma vida com sentido ético. O confronto com a maldade é necessária para se querer descobrir o sentido ético da vida. Repare-se que após a Segunda Grande Guerra, os pensadores (os existencialistas e os intelectuais judeus, ...) investiram num pensamento ético, consolidado por um princípio da filosofia do judeu Lévinas de que a ética é a filosofia primeira. Mas repare-se, depois de Auschwitz foi esta a orientação filosófica e pedagógica, se quiser, de colocar as coisas.
Lembro-lhe da máxima de Nietszche: "Aquilo que não me destrói, fortalece-me". Claro que quando corroboro da afirmação do Hobbes pretendo apenas salientar a necessidade da ética e da educação. Kant quando entendia a educação como a saída do homem da menoridade e do obscurantismo, pretendia salientar que o homem é mau e precisa do saber para se aperfeiçoar moralmente.
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