15.6.08

Pessoa, aquele génio


Apesar de atrasada, acho muito importante que, num blog como este, esteja marcada uma data como esta. De facto, faz 120 anos ( e dois dias ) que nasceu o nosso grande poeta, o grande Fernando Pessoa. Ele que demonstrou tanto amor às palavras soltas, aparentemente sem sentido, profundas quando vistas com os olhos de quem quer realmente ver.
Porque, tal como a Coca-cola, primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Assim é este poeta, que tem a nossa cara, a nossa nação. Sem nunca se esquecer das suas origens, Pessoa deu a Portugal e ao mundo o prazer de tantas sílabas e versos bonitos, daqueles de fazer pensar.
Sem querer desvalorizar tantos outros que por aqui passaram, não será Fernando Pessoa, um dos grandes orgulhos nacionais? Talvez o maior, talvez não. Voltada para o Nacionalismo, o que é português é bom! :)
Quando mal conseguia falar, ver e até viver, Pessoa escreveu a sua última frase em inglês:
"I know not what tomorrow will bring"...

13.6.08


Democracia Deliberativa

Desde os nossos antepassados que temos uma noção de democracia. Esta palavra surgiu do grego, "Demos", que significa povo, e "cracia", que significa poder, isto é, o povo tem o direito de intervir no sistema de governação.
Existem dois tipos de democracia, a democracia directa, que era mais comum em Atenas, na qual são os cidadãos que tomam as decisões em assembleia; e a democracia representativa, em que se enquadra o nosso sistema político hoje em dia, e em que os cidadãos elegeram representantes que por si representarão e irão governar o país.
Na democracia representativa podemos distinguir a democracia agregativa e a democracia deliberativa. A democracia agregativa centra-se nas eleições, nas quais os cidadãos não participam nos processos de decisão, enquanto a democracia deliberativa se centra na discussão, e os cidadãos votam nas eleições e participam nos processos de decisão.
Em suma, a democracia é algo muito importante na sociedade em que vivemos, pois é através dela que decidimos os nossos direitos, deveres, a nossa vida de cidadãos. Desta forma o mundo cívico depende de nós como seres participantes e como seres humanizados, por isso todos devemos participar no sistema político do nosso país.

5.6.08

Sociedade Civil por Michael Walzer - Comentário

Em defesa da sociedade civil, Michael Walzer afirma que “os cidadãos do estado democrático não são (…) criaturas auto-suficientes”, o que introduz a sua tese de que o Estado não chega para estimular o exercício da cidadania. Para Walzer, a solução está na criação de um espaço social, com associações alternativas, que possam ir ao encontro dos interesses e necessidades de maior importância para o cidadão, para que assim sinta que está a intervir numa matéria sobre a qual tem uma opinião formada, pois esta diz-lhe respeito.

É isso que defende quando diz que os cidadãos “têm de ser membros de algo, em lugares mais pequenos, mais acessíveis, menos exigentes e menos perigosos do que o estado moderno. Pois só em tais lugares adquirem competência política, aprendem a ganhar e a perder, aprendem a fazer concessões, amigos e aliados, e a explorar ideias oposicionistas”. Com este argumento, conclui que é através da sociedade civil que o cidadão deixará a passividade para se tornar cidadão consciente dos problemas sociais e activo na procura de soluções, de forma a fortalecer teorias sobre determinado tema e a procurar consensos, com o objectivo de melhorar as relações dentro da sociedade e entre a sociedade e o Estado.
Esta é uma teoria susceptível de surtir o efeito desejado na sociedade e no exercício da cidadania, pois se cada um se encontra defendido e representado por um grupo ou associação em que os seus direitos, deveres e objectivos saem da particularidade para a generalidade, quer local, quer mais global, o indivíduo pode descobrir que há causas e razões para lutar por aquilo que é importante para si e para a sua comunidade, por aquilo que realmente fará a diferença e melhorará o nível de vida e a realidade em que vive em sociedade. De facto, só em conjunto se podem confrontar as ideias e opiniões que contribuíram para a evolução do Estado, o que significa o exercício da cidadania, como forma representativa de todos os tipos de grupos, sociais, étnicos, religiosos, ou outros, para que se chegue a um equilíbrio saudável e respeitoso, em que ninguém se sinta excluído ou rebaixado.

Críticas à Teoria Conservadora

Uma vez que estamos neste momento a tratar do tema "Filosofia na Cidade", achámos por bem debruçarmo-nos sobre esta teoria e, principalmente, sobre as críticas a ela apresentadas.

Uma das críticas à teoria conservadora é o facto de a autonomia económica não estimular a cidadania, ou seja, numa sociedade em que os aspectos económicos tenham grande importância, o cidadão tende a ocupar-se mais com o seu próprio equilíbrio económico do que com o seu papel na vida pública.
Outra das críticas apresentadas dá-nos a conhecer alguns comportamentos imorais originados pela grande importância dada ao bem-estar económico pelos cidadãos. Assim, os debates públicos, em vez de tratarem de todos os problemas sociais, apenas tratam de negociações irracionais, em que quem tiver mais poder, a nível económico, acaba sempre por obter melhores resultados.


Rafaela e Tânia

A História das Coisas

No Dia do Ambiente, um excelente documentário de aproximadamente 20 minutos (aqui com legendas em português) que olha para o interior do nosso sistema de exploração de recursos e de produção e consumo de bens, evidenciando padrões nem sempre óbvios. Que expõe a insustentabilidade da actual sociedade de consumo e procura responder de uma forma simples às questões: Como começou? Era inevitável? O que a mantém, se nos faz infelizes e se traduz num modelo ambiental e socialmente suicida? O documentário aponta também alternativas. Talvez utópicas. No entanto, houve momentos em que o homem comum se tornou protagonista da História. Quem sabe?...


4.6.08

Teoria Conservadora

Os conservadores defendem que todos os cidadãos têm de ser responsáveis e que os deveres sociais têm de ser paralelos aos seus direitos, ou seja, têm de ser independentes economicamente e não dependerem de ajudas sociais e económicas. Defendem ainda que o cidadão têm de deixar de ser apático, e a melhor forma de o conseguir é entregá-lo ao mercado, para ser responsável e saber orientar-se por si-mesmo e para poder ter uma palavra na vida pública.
Assim, para terem uma cidadania activa, os cidadãos têm de ser autónomos e ganhar a vida por si-mesmos, sem dependerem dos direitos sociais.

Baixa Pombalina - Património da Humanidade?



1755 é a data de um terrível acontecimento que destruiu Lisboa, fundada, como reza a lenda, pelo herói grego Ulisses. Estávamos no reinado de D. José I. O Reformador nomeou Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, primeiro secretário de Estado para Assuntos Exteriores e, posteriormente, no seguimento do terramoto, primeiro-ministro. O Marquês, desde então, passou a governar de forma quase absoluta, de acordo com os princípios do século das Luzes. Ocorrida a catástrofe, surge como principal necessidade recuperar a capital do reino. A reconstrução da Baixa lisboeta ocorreu sob um regime quase autocrático, revelador de um despotismo iluminado. Todavia, o estilo arquitectónico pombalino é caracterizado por uma simplicidade das formas e anunciava já uma “Revolução Industrial”, referente a noções como estandardização e produção em série, pela concretização de sucessivos edifícios, não só da mesma altura, mas com fachadas muito idênticas e, ainda, seguindo o modelo da ínsula Romana patente na quadrícula repetitiva de implantação. Esta reconstrução Pombalina da Baixa lisboeta é interrompida em 1777 e só teve termo no século XIX.
Mais de dois séculos decorreram desde o início destas obras de reconstrução da cidade, impostas pelo devastador terramoto. Agora, surge a necessidade de reabilitar esta mesma zona da cidade, cada vez mais degradada e deixada ao abandono, para que se possa ver reconhecida a Baixa Pombalina como Património da Humanidade.
Para Eduarda Napoleão, vereadora do Reabilitação Urbana em 2005, concretizar-se a candidatura desta zona histórica a património da Humanidade significa «o reconhecimento internacional de que Lisboa é única no Mundo, uma obra-prima do génio da criatividade humana e que transmite um critério urbano excepcional». Além das suas palavras, parece-me lógica a importância que, ao longo da história, o porto de Lisboa teve, por exemplo, nas rotas comercias transcontinentais. De facto, se por um lado a localização de Portugal, no extremo da Europa, nos desfavoreceu durante centenas de anos, também nos dotou de capacidades para conseguirmos, por exemplo, iniciar o processo expansionista dos Descobrimentos. Na revista Única, de 6 de Maio de 2006, podia ler-se: “O porto faz parte da identidade marítima de Lisboa, projectando a cidade como principal capital atlântica da Europa.”
No entanto, são exigidos alguns critérios por parte do Comité Mundial do Património da UNESCO, entre outros, é necessário que se legitime o sítio extraordinário que se está a candidatar a Património Mundial. Como garante Eduarda Napoleão: «o sítio deverá possuir ainda uma dimensão monumental, ser testemunho de uma idade civilizacional única, espelhar uma tradição cultural, ter um forte significado artístico e literário».
A estratégia de reabilitação e revitalização da Baixa Pombalina não se restringe somente à arquitectura edificada, também se pretende o desenvolvimento das várias funções e utilidades da zona, permitindo a expansão das actividades económicas, batalhando contra a “descaracterização irreversível da zona” e o seu despovoamento actual.
















Em conclusão, talvez todo o espaço português necessite de um novo ordenamento, não em busca de um reconhecimento como Património da Humanidade, mas como meio para alcançar o desenvolvimento. Neste sentido, a 5 de Abril do presente ano, a revista do jornal Expresso, Espaços e casas, citava que os especialistas portugueses denunciavam que a falta de ordenamento do território em Portugal é um grave problema impeditivo do desenvolvimento, daí que tenha havido a necessidade de se criar o conhecido PDM (Plano Director Municipal). Quanto à capital, essa já está a ser alvo de intervenções na sua face “mais nobre: zona histórica entre o Cais do Sodré e Santa Apolónia. Cultura, património, lazer e transportes públicos são as grandes apostas” para que se veja reconhecida a Baixa Pombalina como Património da Humanidade.

Carla

3.6.08

O que se entende por cidadania?

A cidadania refere-se ao dever da participação na vida pública. Nas democracias liberais contemporâneas, os cidadãos têm o direito de participar na vida pública se assim o desejarem, mas também têm o direito de não o fazer e de colocar a sua vida privada acima do seu envolvimento na vida pública.

A cidadania refere-se a um ideal normativo, ou seja, refere-se ao que deve acontecer, de modo a permitir o envolvimento dos indivíduos na vida pública.

Ser cidadão significa ser reconhecido como um membro integrante da sociedade, com o direito de participar no processo político, considerando-se então que as pessoas que são governadas por ditaduras monárquicas ou militares, não são consideradas cidadãs.

Doravante, vamos tratar do problema da cidadania, que é um dos problemas centrais da filosofia política contemporânea e pode ser formulado do seguinte modo:

Como devemos organizar a sociedade de modo a potenciar a participação dos cidadãos na vida pública?

Em suma, a noção normativa de cidadania está completamente ligada à ideia de democracia.

Liliana e Diogo

Educação Cívica


«A educação cívica difere da educação filosófica em todos os aspectos»

William A. Galston introduz o seu texto, intitulado Educação Cívica, apresentando-nos dois tipos distintos de educação: a educação filosófica e a educação cívica. Embora comece por dissociar estas duas formas de educação, perceberemos que, de facto, elas se influenciam mutuamente, embora sejam antagónicas.
Enquanto a educação filosófica tem como principais objectivos a “disposição para a procura da verdade” e a “capacidade de levar a cabo a investigação racional”, a educação cívica interessa-se pela formação de indivíduos, os quais irão actuar de forma consciente e autónoma na sua comunidade política. Sendo, na vertente filosófica, a verdade só uma e universal, a educação cívica é impossibilitada de chegar a um consenso universal, na medida em que é “uma educação no interior e em nome de uma ordem política” e não é homogénea e, por isso, o seu objectivo acaba por não ser universalmente consumado. De facto, a actuação da sociedade num regime autoritário difere substancialmente da de um tipo de política liberal.
No entanto, e tal como o próprio autor realça, poder-se-ia dizer que tal antagonismo entre a educação filosófica e a educação cívica é uma hipérbole, na medida em que elas não estão, de facto, dissociadas uma da outra e, sobretudo, as consequências da procura da verdade podem ter um efeito cáustico na estabilidade das sociedades e das comunidades políticas. Fazendo uma analogia, consideremos a actividade filosófica como a reflexão crítica da sociedade, cujo objectivo é melhorar a mesma e alcançar a verdade e, noutra margem, temos a sociedade e todas as suas crenças e ideias, as quais representam a caverna que Platão nos apresentou e que constituem as estruturas sociais, sociedade essa que adopta uma posição dogmática. Do confronto entre ambas as partes, o lado dogmático e o crítico, surgirá uma revolução que culminará numa mudança de atitude e aperfeiçoamento da sociedade.
Quem não se recorda das Revoluções Liberais que deram início à idade contemporânea, as quais se deram pela ânsia de mudar o carácter repressivo da época do Ancien Regime?

De facto, a estrutura governativa de cada nação, terra ou país faz com que a sociedade seja mais ou menos aberta, tanto à educação filosófica, como às suas consequências sociais.

Em suma, as controvérsias entre a “investigação racional e a educação cívica” nas sociedades liberais estão longe do fim. Sugerimos o exemplo da constante evolução científica, a qual comprova o carácter adulterado de muitas verdades bíblicas. Todavia, há tantos que ainda se recusam a desviar as suas mentes, se recusam a abri-las e a perceberem que a realidade está muito para além dos salmos, parábolas…

Carla e Cristiana

2.6.08

Tolerância e Cidadania


Muitos foram aqueles que escreveram sobre a temática da tolerância e as suas contradições. John Locke e Stuart Mill desenvolveram as suas teorias e criticaram rigidamente a tolerância e a cidadania que daí provém.

Para John Locke, todos os cidadãos devem usufruir dos mesmos direitos. Defende que temos, como seres humanos, a liberdade de fazer, de acordo com a lei, que cada um, seja qual for o seu credo religioso, o possa livremente fazer no culto. Mostra-nos também na Carta Sobre a Tolerância, que escreveu em 1689, o seu descontentamento acerca da desigualdade e da rivalidade entre religiões, afirmando o seguinte: Se são autorizadas pessoas de uma convicção religiosa, porque não todas? Refere também que todas as pessoas que façam algo de errado num local religioso devem ser punidas da mesma forma que se acontecesse noutro local, na feira ou no mercado, por exemplo. Não foi a diversidade de opiniões (que não pode ser evitada), mas a recusa da tolerância para com os que são de opinião diferente que causou todas as lutas e guerras que tiveram lugar no mundo cristão por motivos religiosos. Esta é uma das afirmações de Jonh Locke, na carta atrás mencionada. Locke é, definitivamente, um defensor da tolerância, pois sustenta que devemos aceitar as opiniões dos outros sem superiorizar as nossas, ou seja, colocar todas as opiniões em pé de igualdade.

John Stuart Mill esclarece que uma pessoa intolerante é alguém que deseja que os outros vivam e se comportem como ela compreende que os outros devem actuar, impondo-lhes, assim, as suas práticas e convicções. No entanto, não é a favor da intolerância, muito pelo contrário. Admitindo que a diferença é favorável ao desenvolvimento social e dos cidadãos, determina que ninguém possui o direito de impor a outro como deve ser e como comportar-se. Mas devemos estabelecer limites a esta tolerância, para que não se torne paradoxal, ou seja, para que não estejamos a ser intolerantes ao reprovar a intolerância. Esta é uma crítica muitas vezes feita à tolerância, já que, levada ao exagero, obrigará o tolerante a tolerar o intolerante.

Assim, devemos tolerar, mesmo que não aceitemos ou achemos incorrecto. Ao mostrar-se ofendido pelas acções de outrem, o cidadão já se deixou envolver em demasiado, o que poderá prejudicar a vida civilizada.
Sofia e Élia

1.6.08

Democracia e cidadania

Nos dias que correm, a democracia tem vindo a ser seriamente afectada pela falta de opinião e de intervenção por parte dos cidadãos na sociedade, e por uma crescente desacreditação dos políticos e das suas competências.

Para a existência de uma democracia consolidada, é exigívell aos cidadãos a capacidade de avaliar o desempenho dos seus governantes, bem como a capacidade de intervenção na sociedade e de discussão. Os cidadãos devem assim devem assim poder decidir se acatam ou não as ideias e as decisões políticas, e devem fazê-lo de modo crítico , racional e persuasivo.
Além disto, os cidadãos devem ainda saber distinguir manipulação retórica de persuasão racional, ou seja, devem saber se estão a ser influenciados e impedidos de pensar livremente pela retórica do interlocutor, ou se lhe estão a ser apresentadas ideias concretas de modo a que o cidadão seja capaz de decidir livremente se são positivas ou prejudiciais para a sociedade.

Se os cidadãos usarem a manipulação em vez da persuasão, a discussão será substituida pela negociação, ou seja, no debate passam a ganhar as ideias que conseguirem ter mais poder negocial, não as que forem mais razoáveis. Devido a isto, é necessário apelar, cada vez mais, à participação dos jovens na sociedade, para que esta se torne cada vez mais participada por todos os cidadãos. A sociedade deve permitir o debate de ideias e a sua própria renovação, para assim chegar ao progresso e à evolução.

31.5.08

Teoria da Virtude Liberal

É preciso que a sociedade tenha uma participação activa na vida pública, mas para isso os cidadãos têm de estar informados sobre as decisões que são ou têm de ser tomadas para o bem da sociedade.
Para saberem argumentar e ser autónomos nas suas decisões, têm de ter uma base de educação, e esta é dada na escola. É na escola que se desenvolve o sentido crítico e se aprende a argumentar e a refutar, de forma autónoma e imparcial, o que vai contra os nossos princípios ou convicções. É na escola que se aprende a importância de exercer a cidadania de forma crítica e imparcial, sendo os cidadãos incentivados a ter uma participação activa, por exemplo através do voto que é a forma de que dispõem para apresentar as suas decisões.

Defendo a Teoria da Virtude Liberal, pois concordo com o facto de ser a escola o lugar próprio para incentivar a sociedade a ter uma participação mais activa nas decisões plúblicas. Como a escola desenvolve o sentido crítico, os cidadãos tornam-se mais justos, autónomos e imparciais nas decisões que tenham de tomar, e passa a poder haver discussão racionais de ideias. Se a sociedade não desenvolver o seu sentido crítico, vai ser influenciada pelas convicções daqueles que sabem argumentar para defender a sua tese.
Existem algumas críticas a esta teoria tais como: a escola nem sempre promove o sentido crítico, pois os alunos habituam-se a decorar e a encarar o professor e o manual como autoridades; os estudantes não aplicarem à vida pública o que aprendem na escola, por falta de interesse... Ora a sociedade deve questionar cada convicção ou crença que tenha, deve perceber o que defende. E se os alunos aplicam o sentido crítico na escola, é porque de facto esse sentido foi activado e desenvolvido; se não adaptarem esse sentido à vida pública por falta de interesse, o facto é que o sentido crítico está activo e, quando for realmente importante argumentar e criticar as ideias de outros cidadãos, vão saber utilizar o que aprenderam na escola.

A escola é o lugar indicado para o desenvolvimento do sentido critico, e os cidadãos vão aplicar, mesmo em se discussões consideradas minimas, o que aprenderam na escola, como saber argumentar para defender uma tese, imparcial e autónomamente, aceitando sempre o facto de outras pessoas terem outras convicções acerca do mesmo assunto.

Esta teoria é defendida pelos filósofos Stephen Macedo e Wiliam Galston.

(escrito por Sara)

Filosofia na Cidade


O que é a Filosofia?

Muito sucintamente, a Filosofia, é uma actividade com a qual aprendemos a argumentar, que nos permite abandonar as atitudes dogmáticas e tomar uma atitude crítica. De facto, surgiu numa época em que os mitos entraram em decadência e em que as pessoas começaram a ter a necessidade de explicar as coisas, não através do divino, mas da razão.

Apesar de não lhe darmos o prestígio que merece, a Filosofia ainda tem uma grande importância nos dias de hoje. Esta actividade é, de facto, o motor de desenvolvimento da cidade, sem a qual esta estagnaria. Estes aglomerados populacionais, a que chamamos cidades, surgiram há milhares de anos, ainda na Antiguidade, conhecendo o seu auge na Grécia Antiga, onde foram designados por “polis”, centro da vida política e económica, o que ainda hoje se evidencia.

De facto, existe desde sempre uma relação directa entre cidade e política, e foi a palavra polis que deu origem à palavra política. É neste ponto que surge a Filosofia como motor de desenvolvimento da cidadania – “ideal normativo substancial de pertença e participação numa comunidade política” (Will Kymlicka, Cidadania). Pelo menos nas democracias, todos os cidadãos têm o direito e o dever de participar na vida política, e há necessidade de que os cidadãos tenham uma educação que envolva a Filosofia, com o objectivo de saberem argumentar, de forma a conseguirem discursar em público; de possuirem um espírito crítico que lhes permita tomar uma posição e, sobretudo, com o objectivo de conseguirem realizar uma reflexão pessoal sobre os diversos problemas que os rodeiam. De facto, já Platão defendia que a educação dos jovens cidadãos deveria ser guiada pela Filosofia, pois só assim conseguiriam governar bem e justamente.

Além disso, a Filosofia abre-nos a mente para os problemas não só políticos, mas também sociais, das grandes áreas urbanas, na medida em que nos permite fazer uma reflexão autónoma acerca do mundo que nos rodeia.
Assim, a Filosofia é, sem dúvida, uma disciplina indispensável para o funcionamento da cidadania, pois sem essa actividade a evolução citadina estagnava completamente.

24.5.08

"O Fiel Jardineiro"


Adaptado de um livro de John Le Carré, “The Constant Gardener” é um brilhante filme realizado pelo brasileiro Fernando Meirelles. Este apresenta-nos um filme cuja acção não é linear; processando-se por uma série de flashbacks e elipses que desenrolam toda a narrativa nas suas duas vertentes: a história íntima do casal Justin (Ralph Fiennes), diplomata do governo britânico, e sua mulher, Tessa (Rachel Weisz), uma activista dos direitos humanos. Paralelamente, é-nos apresentada a investigação que Tessa realiza acerca da actuação ilegal de grandes farmacêuticas em África.

No início do filme é anunciada a morte de Tessa, a qual tinha viajado com o seu amigo Arnold (Hubert Kounde) a fim de prosseguir a sua investigação, que o marido desconhecia. A partir desta morte, é interrompida a sequência cronológica, dando-se a grande analepse do filme que fará Justin compreender a mulher e prosseguir a sua missão.
Anos atrás, o diplomata, em trabalho, fora enviado para o Quénia, levando consigo a mulher. Após observações e estudos, Tessa e Arnold concluíram que várias empresas farmacêuticas actuavam de forma ilegal no Quénia, usando a população local como cobaia para testar uma nova vacina, contra a tuberculose, cuja fórmula ainda não estava acertada e que causava inúmeras mortes, das quais não havia registo oficial. Obviamente que as autoridade inglesas estavam por detrás de todo este cenário e, assim, num jogo de conveniências e interesses, comandado pelo dinheiro e pelo poder, o mais importante era eliminar qualquer ameaça que pusesse em risco este “jogo sujo” entre os poderosos.

Esta história é uma perfeita metáfora da realidade de hoje em relação ao petróleo e às guerras intermináveis causadas pelo combustível fóssil. Corrupção, ânsia do poder, ambição do dinheiro, acções ilegais e, o pior de tudo, algumas apoiadas pelas autoridades, são verdades com as quais lidamos todos os dias e que muitos tentam combater, embora já se conheça a priori o fim. É um filme que descreve vários tipos de amor, desde o sentimento entre um casal, à luta e ao desejo de protecção de um povo do chamado “terceiro mundo”, curiosamente, uma ex-colónia da grande e poderosa Inglaterra. Não é incrível este facto?…
Deixo aqui o link do trailer : http://www.youtube.com/watch?v=TpGEsxvNcsw

16.5.08

SABEDORIA = Sophia

Caros colegas da blogosfera e do 11ºD, venho informar-vos de que tivemos a honra de um blogue de Filosofia nos ter adicionado à sua lista de ligações.

Foi com muito prazer que recebi a notícia por parte do professor Valter e, obviamente, queria partilhá-la convosco.

O blogue é o seguinte: http://hermes-embuscadesophia.blogspot.com/ , está somente à distância dum click e tem tantos textos interessantes dos quais podemos desfrutar, inclusive, relacionados com a matéria do 11º ano.

O blogue tem como título “Em busca de Sophia” e pertence à escola EB2,3/S de Oliveira de Frades.

Espero que todos acedam a esta página dedicada, inteiramente, à SABEDORIA = Sophia.